quinta-feira, 16 de julho de 2009

farelos farelos


John Crowther

Há jornais online que não leio. Que abro e não leio. Tal como revistas na mesa que nem sequer folheio. Olho-as e ainda que no passado as lesse, hoje não leio. Há blogues que já nem abro. Nem leio. Há rádios que ouvia e já não oiço. Já nem ligo. Há uma imensidade de coisas que fazia e já não faço. Porque não quero. Por agora não quero. Não me apetece. E há relações que já não tenho. E outras que não terei. E outras a reconquistar. E outras a descobrir. Há.

Migalhas.

Soube desde o início que ele era especial. Que quem se mostra assim, que quem escreve assim é especial. Que tem a lua e as estrelas nos olhos e raios de sol nas pontas dos dedos. Que não se quer explicar. Que não se quer fazer explicar. Que quem quiser que se esforce por entendê-lo. Que temos de ser inteligentes. Ou inventar. Criar nós mesmos a nossa interpretação. Que tem de ser assim senão somos banais. E somos. Todos somos. A minha banalidade em estender e apanhar roupa. A minha banalidade nos pingos do nariz. Das compras do roll-on. Dos telemóveis e netcabo. A minha banalidade. E outras. Outras. Aquelas que vivi intensamente e que se banalizam.

Não sei ainda bem o quê mas algo mudou em mim.

Na varanda ri-me. Ri-me alto. Aproveitei e ri-me. Sozinha em riso alto. Eu. Eu por vezes espelho-me louca. Mas eles não sabem. Que eu, aquela que se senta a fumar na varanda sou eu. A que aqui me sento a escrever. Sabes foi uma sensação nova. Nunca me tinha sentido assim. Uma mulher de Eric Staton. Não das boazonas. De umas outras que ele tem. Grandes e gordas. De coxas largas, barrigas com pneus e mamas inchadas. Uma giganta. És bonito. Entre as minhas mamas. A esfregares-te nas minha mamas. Com esse olhar de... querer. De gato. De lince. De leão. De quer e vai. Quer e toma. Liberto-me.

Nada a dizer. As mãos prendem-se no teclado. Sim tenho de o fazer. Sim.

1 comentário:

  1. Gostei muito.
    Todos somos banais, ... mas há quem exagere no normapatologismo! Melhor para eles que estão sempre bem, "desde que haja saúde que é o que é preciso." Talvez se sintam bem assim, mas a sua companhia cansa.
    Com a experiência tornamo-nos intuitivamente selectivos, parece-me. Aproveitamos assim melhor a vida. Abaixo os fretes!

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