quinta-feira, 2 de julho de 2009

Chocolate


John Currin

Aquela mão.
Aquela mão bonita.
Pousada em doce negro.
Sinto-a.
Em mim. Sobre mim. A tocar. A tocar-me. A violentar-me. Um dedo, dois, três. Inteira. Em mim. Sou a água que ela agita. O barro que ela molda. O ferro que ela derrete. O fogo que ela apaga. Oh mão em mim. Adormeço a pensar naquela mão. Embalada por aquela mão.
E não.
Não somente aquela mão.
As mãos.
E os braços que se ligam àquela mão. E o tronco que se liga àqueles braços. E as pernas que se ligam àquele tronco. E a cabeça que compõe o conjunto. E o olhar que irradia. E o cheiro. E a alma. Oh mão em mim. Oh mão. Oh mão.

Oh...

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