sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Una pantalla negra

30 Junho a 17 Dezembro. Almost forever. Un peu plus et à jamais.
Se acabou. por ahora.
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es el primeiro
... vuelvo
un dia

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Viriato











 


Nan Goldin - Gotscho kissing Gilles, Paris 1993
Perfumes e cheiros. Em lábios de vinho. Fontes e gotejos. Adivinhas e beijos. Toques e amaciares de braços. Sorriso em Carlos Paredes.
- Leva-me contigo.
- Serás infeliz.
- Já sou. Quero ir.

Há um jogo que jogo. Compulsivamente. De dia. De noite. De tarde. À noite. Na madrugada fria. Um jogo. Sem ti. Sem contigo. Sem nada. Sem mim. Deliciosamente abstraída do mundo. Um jogo de merda, vazio, nada, sem, eu não, eu algures sem mim, nada, deliciosamente, vazia.

Só escrevo quando penso em escrever. E eu que não tenho pensado em escrever. Eu que não sinto a escrita. A escrita que só é vómito quando a sentes antes de ser. Eu que tenho rejeitado o sabor, o cheiro deste sofrimento? Deste ser. Porque a mim torna-se difícil, a mim é difícil, a mim é um sopro sem emitir vento. Um bafo quente. Um ver um palco com luzes e chorar. Um olhar-te sem saber…

Há quem diga que sou triste. Nunca quem me conhece. Apenas quem me lê. Quem diga que eu sou depressiva. Não, quem me conhece, quem me imagina. Quem diga que eu sou dramática. Não quem me vê, quem me olha. Morreu… e perante a morte o que dizer? Perante um bocejo triste de afago onde colocar a mão? Um corpo que não conhecemos suspira depois daquela visão de… de incapacidade. Eu dançaria. Eu cantaria. Eu faria o mais belo poema, mas sou, incapaz. Só sei que, dia após dia, um, depois, dois, e depois três me sinto aqui. Aqui a teu lado. Eu a estranha. Sento-me e sinto-me. No teu silêncio.

Vazio.
Não eu. O copo.