terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Príncipe do Calhariz



Diane Arbus


É no teu olhar que me perco enquanto procuro o que pensar.
No fogo. Na mente. Nas mãos. Nas axilas. Tudo arde. Arde em maré de vermelhos e laranjas.


Tusso.

Eu digo-te e oriento-te. Mas eu não sou eu. Apercebes-te? Sim existem dias em mim que a voz se torna entorpecida. Desculpa. 

E tu sorris-me como se eu fosse alguém especial. Importante na tua vida. E eu sinto-me pequena e inútil. Inútil como as toalhas de renda feitas pela minha mãe. Que têm simbolismo mas que eu acabo por nunca usar. Desculpa.

Há uma música que toca. A que me deste a conhecer e nem sabes a importância da mesma. Eu que te escondo a minha compulsividade e me mostro... equilibrada? E há dor em mim. Sentes? Não sei. Eu que te quero bem e te trato como um miúdo nesta minha arrogância. Torno a pô-la? Deixa ouvir o que se segue. Desculpa.


Lábios nos lábios. E uma vergonha em mim. Perguntas-te porquê. Eu respondo: eu não sou eu. Somente isso. Eu não sou eu. Sentes? É outra. Não a conheces. Esta é a completa. Mentira. É a alucinada. Inadaptada. Torno a pôr. Desculpa.

Quantas vezes mais? As que quisermos. As que conseguirmos. As que eu conseguir. Desculpa.

Telefonas e questionas-me. E eu que quero que sejas tu a decidir. Eu mulher preguiçosa. De momentos. Cansada de responsabilidades e eficiência. Decide. Porra, decide tu! Desculpa.

Choro. Desculpa.

Que grande merda... um dia escreverei algo interessante. Desculpa.

2 comentários:

  1. Nina continuas a escrever bem, eu adoro ler-te :) P.S- Continuo sem messenger :( Sempre tomamos um coffee um dia destes? Bj

    ResponderEliminar