Senta-se no beiral da porta aguardando a moeda. Senta-se no beiral da porta olhando-me de baixo. A mim e aos que me seguem. A mim e aos que me antecedem. Senta-se.
Só hoje reparei como tinha o cabelo comprido. Amarrado atrás do pescoço escorria pelas costas e tocava na cintura. Fino o cabelo. Fina a cintura. Só hoje reparei. Em quantas coisas só hoje reparei? Em quantas coisas hoje não reparei? E ontem?
Abomino donas de casa e fadas do lar. Abomino jantares e namorados. Abomino maridos e convenções.
Abomino donas de casa e fadas do lar. Abomino jantares e namorados. Abomino maridos e convenções.
Leio.
Sentada nuns degraus. Na parte turística da cidade. Sentada.
Oiço.
Oiço.
- Eu não vou deixar de ser rica - dizia com o cabelo apanhado no topo da cabeça enquanto a franja lhe caía sobre os olhos.
- Nunca. Nunca vais deixar de ser rica. A meus olhos - disse-lhe com o cabelo despenteado sobre uma cabeça que não sentia minha.
Supermercado.
No Sábado fodemos com o Bruno. Lembras?
No Sábado fodemos com o Bruno. Lembras?
Não. Eu esqueço o que me traz... prazer?
- As latas de atum?
- Sairam a voar pela janela que estava aberta.
- Lentamente.
- Aos teus olhos.
- Aos teus olhos.
Vou deixar-te sentar neste lugar. As facas estão afiadas.
Queria que soubesses que os teus textos me perturbam profundamente. E eu agradeço-te por isso.
ResponderEliminarObrigado.
O final está brilhante ;) Sugere entregando ao leitor o cabo das ditas! E talvez outro cabo de trabalhos também! A ser lido por colegas e quejandos.
ResponderEliminarXii... Se mete facas é porque a coisa 'tá preta...
ResponderEliminar